Há algum tempo, quando li Livraria Limítrofe - O adeus, do meu amigo e parceiros de literatura Alfer Medeiros, fui apresentado a um gênero de romance novo e curioso, o fix-up (ou fixup), que numa tradução literal significa "correção".
Imagine que um autor possua dezenas de contos e noveletas num mesmo cenário, num mesmo ambiente ou com personagens interligados ou frequentes, e uma editora resolve publicar esses textos num livro. Dependendo da necessidade, o escritor poderá unificar essas histórias, montando-as como episódios, mesmo que aparentemente isolados. Isso é basicamente o fix-up.
O termo foi cunhado pelo autor de ficção científica A. E. van Vogt, que publicou The Voyager of the Space Beagle, um de seus muitos livros do gênero, segundo aponta a primeira Encyclopedia of Science Fiction, de 1979, editada por Peter Nicholls. O nome é derivado das muitas alterações quer van Vogt precisou fazer nos textos originais para encaixá-los como um romance.
Mas, como estruturar um romance fix-up?
Antes de mais nada, o autor pode criar contos já com este intuito, como fez Alfer Medeiros, ou pode modificar textos já existentes, acrescentando materiais que liguem-nos, como uma narração curta ou algo parecido. Pode haver a necessidade ainda de um "capítulo inicial", apresentando personagens ou cenário, e a evolução dos personagens acontece conforme os eventos se sucedem, como num romance comum. Deve haver o mínimo de contradições possível.
Tornou-se uma prática comum e aceita na década de 1950, quando a ficção científica e a fantasia (e por que não citar também o horror?) estavam transitando das publicações baratas em revistas pulp para os livros, em sua maioria. Diversos autores transformaram suas velhas histórias, muitas delas isoladas, em romances e posteriormente as vendendo a editores de livros.
Fonte consultada: verbete Fix-Up, na Wikipédia inglesa.
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